A Doença de Peyronie é uma condição relativamente rara, mas que pode impactar significativamente a qualidade de vida dos homens afetados. Caracteriza-se pelo desenvolvimento de placas fibrosas no tecido do pênis, resultando em uma curvatura anormal durante a ereção. Esse problema pode causar dor, dificuldade nas relações sexuais e, em alguns casos, levar à disfunção erétil.
Embora sua causa exata ainda não seja totalmente compreendida, diversos fatores de risco já foram identificados. A boa notícia é que há tratamentos disponíveis que podem reduzir os sintomas e melhorar a função sexual dos pacientes.
Causas e fatores de risco
Pode ter múltiplas origens, sendo mais comumente associada a processos inflamatórios e a fatores predisponentes que contribuem para o desenvolvimento de fibrose no pênis. Algumas das principais causas e fatores de risco incluem:
- Microtraumas repetitivos durante o ato sexual: pequenos traumas ao longo do tempo podem desencadear processos inflamatórios que levam à formação de placas fibrosas.
- Predisposição genética: homens com histórico familiar da doença podem ter maior risco de desenvolvê-la.
- Inflamações e doenças autoimunes: certas condições inflamatórias podem estar associadas à formação de tecido cicatricial anormal no pênis.
- Envelhecimento: a incidência da Doença de Peyronie aumenta após os 50 anos, possivelmente devido à menor capacidade de regeneração do tecido.
- Uso de certos medicamentos: alguns beta-bloqueadores e outros remédios podem estar associados ao desenvolvimento da condição.
- Diabetes e tabagismo: essas condições podem afetar a elasticidade dos tecidos e contribuir para o surgimento da fibrose.
- Déficits circulatórios: problemas vasculares podem comprometer a saúde do tecido peniano e favorecer a formação de placas.
Sintomas principais
Os sintomas variam de acordo com a fase da doença e a gravidade da fibrose. Em geral, os principais sinais incluem:
- Curvatura anormal do pênis: a formação de placas fibrosas faz com que o pênis se curve durante a ereção, podendo tornar a penetração difícil ou dolorosa.
- Presença de nódulos ou placas palpáveis: o tecido endurecido pode ser sentido ao longo do corpo do pênis.
- Dor durante a ereção: devido à fibrose e à inflamação local.
- Redução do tamanho do pênis: em alguns casos, a fibrose pode comprometer a elasticidade e levar a uma retração do órgão.
- Disfunção erétil: a rigidez excessiva da placa pode prejudicar a circulação sanguínea e comprometer a capacidade de obter ou manter uma ereção firme.
- Dificuldade na penetração: quando a curvatura é muito acentuada, a relação sexual pode se tornar impossível.
Diagnóstico e evolução da doença
O diagnóstico geralmente é feito por um urologista, com base no histórico clínico do paciente e no exame físico. Em alguns casos, exames de imagem, como ultrassonografia com doppler peniano, podem ser solicitados para avaliar a extensão das placas fibrosas e o comprometimento vascular.
A doença pode evoluir de duas formas:
- Fase inicial (aguda): caracterizada por dor, inflamação e progressão da curvatura.
- Fase crônica: estabilização da fibrose, com menor dor, mas presença de curvatura persistente e, em alguns casos, disfunção erétil.
O tempo de evolução da doença varia de indivíduo para indivíduo, podendo levar meses ou anos até a estabilização da condição.
Tratamentos disponíveis
O tratamento da Doença de Peyronie depende da fase da doença e da gravidade dos sintomas. Entre as principais abordagens terapêuticas estão:
- Medicamentos:
- Colagenase: age dissolvendo as placas fibrosas e reduzindo a curvatura.
- Verapamil e interferon: podem ser aplicados diretamente na placa para reduzir a fibrose e a inflamação.
- Anti-inflamatórios: ajudam a controlar a dor na fase inicial da doença.
- Terapia com ondas de choque:
- Essa técnica utiliza ondas acústicas para melhorar a circulação sanguínea e reduzir o enrijecimento do tecido afetado.
- Fisioterapia peniana:
- Exercícios específicos e manipulação controlada podem ajudar a minimizar a curvatura.
- Dispositivos de tração:
- Aparelhos que exercem tração gradual no pênis podem ajudar a corrigir a deformidade ao longo do tempo.
- Cirurgia (para casos graves):
- Plicatura: técnica que reduz a curvatura sem remover a placa fibrosa.
- Incisão e enxerto: remoção parcial da placa seguida de enxerto para restaurar a anatomia do pênis.
- Prótese peniana: indicada para pacientes com disfunção erétil grave e irreversível.
Convivendo com a Doença de Peyronie
Além dos tratamentos médicos, algumas mudanças no estilo de vida podem ajudar a minimizar os impactos da doença:
- Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, pois podem agravar os problemas circulatórios.
- Manter uma alimentação saudável, rica em antioxidantes e nutrientes essenciais para a saúde vascular.
- Praticar exercícios físicos regularmente, melhorando a circulação sanguínea.
- Buscar apoio psicológico, pois a doença pode impactar a autoestima e o bem-estar emocional.
A Doença de Peyronie pode ter um impacto significativo na vida sexual e emocional dos homens, mas existem diversas formas de tratamento que ajudam a minimizar seus efeitos. O diagnóstico precoce e o acompanhamento médico adequado são fundamentais para preservar a função sexual e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Agendar uma consulta ao perceber os primeiros sintomas é a melhor forma de garantir um tratamento eficaz e evitar complicações futuras.